sábado, fevereiro 03, 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

À medida que crescemos, vivemos e aprendemos, as nossas vontades formam-se perante uma forma circular.
Aos 6, queremos ter 12.
Aos 10 entramos para a escola (a sério) e apercebemo-nos que afinal a vida não vai mudar assim tanto aos 12.
Chegamos aos 12, queremos ter 16 para poder saír, beber, fumar e todas as boemices a que um puto tem direito.
Aos 16 apercebemo-nos que a mota dá jeito, é fixe, mas o que era mesmo porreiro era ter 18 anos para ir para a universidade, dormir com miudas diferentes todos os dias, faltar as aulas, ter carro e tudo o que se possa fazer longe da vista dos progenitores.
Aos 18 apercebemo-nos que ter carro é bem porreiro, mas passados 15 dias, passou a pertencer ao grupo de coisas adquiridas nas quais nem sequer pensamos, mas sim temos. Reparamos que viver sozinho não é assim tão diferente, as miudas não chovem como nos filmes, não moramos na republica ómega nem na beta para podermos fazer farras à séria como nos filmes. Com isto, apenas queremos é acabar o curso para poder ir trabalhar, ter o nosso dinheiro e finalmente a nossa independência.
Agora, a uma cadeira do fim, acho que apenas queria voltar aos 6 anos, poder brincar eternamente, acordar as 7 da manhã para ver bonecada e brincar outra vez, brincar, brincar e ainda brincar, sem consciência da crise, de que o mundo está em guerra, que há pessoas a morrer à fome, queria voltar a viver sem pensar que há outros meninos de 6 anos a morrer em Angola, ou a serem maltratados no prédio ao lado.

Vivemos numa constante insatisfação, não que isto nos impossibilite de viver e gozar os momentos nas idades certas, mas o facto de ver o que o mundo é, faz com que tenhamos ainda mais vontade de voltar para trás.

1 Comments:

At 6:20 da tarde, Blogger SoNosCredita said...

percebo... que saudades de pedir colo!
:)

mas acho que ñ tive essa ânsia de ter 16, 18... passava-me um bocado ao lado, acho eu.

 

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